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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Toxicologia - Álcool e inalantes

Caros leitores, segue um pequeno esboço de um trabalho que irá ser apresentado no dia 19 de novembro de 2013 sobre álcool e inalantes às 20 horas. A pesquisa foi elaborada como atividade complementar na matéria de Toxicologia e saúde pública sob a orientação da Professora Famacêutica MsC Juliana Toledo. Espero que seja útil.

RESUMO:

Introdução: O álcool contido nas bebidas é cientificamente conhecido como etanol, e é produzido através de fermentação ou destilação de vegetais como a cana-de-açúcar, frutas e grãos. Quando consumido em excesso, o álcool é visto como um problema de saúde, já que esse excesso pode estar ligado a acidentes de trânsito, violência e quadro de dependência. Os inalantes são substâncias químicas aspiradas pela boca ou nariz que podem ser produzidas a partir de diferentes princípios ativos que induzem o organismo a produzir modificações alucinógenas, porem é um solvente com características facilmente volátil. São substâncias que promovem a dependência de quem os utiliza bem como a síndrome da abstinência que normalmente dura dois meses. Objetivos: Evidenciar a forma em que o tema foi abordado mediante revisão bibliográfica feita sobre estudos de diversos especialistas. Aportes metodológicos: Trata-se de uma revisão bibliográfica que teve por base a análise de diversos especialistas de maneira que fosse evidenciada a forma em que o tema foi abordado em estudos anteriores e quais são suas principais variáveis. Resultados e discussão: O estudo mostra que é fundamental ressaltar que a execução dos pontos do programa causa impacto indireto na reavaliação do investimento em reciclagem técnica. Percebe-se, cada vez mais, que o novo modelo estrutural aqui preconizado obriga os profissionais da saúde à análise dos modos de operação convencionais.

INTRODUÇÃO:

Segundo Borini P. 1997, embora seja uma droga, o álcool não é considerado como tal, principalmente pela sua grande aceitação social. O álcool contido nas bebidas é cientificamente conhecido como etanol, e é produzido através de fermentação ou destilação de vegetais como a cana-de-açúcar, frutas e grãos. Quando consumido de maneira exagerada, o álcool é visto como um problema de saúde pública, já que esse excesso pode estar ligado a acidentes de trânsito, violência e quadro de dependência.

Segundo Andrade LH, 1998, o alcoolismo (etilismo) ocorre quando o uso de bebidas alcoólicas ocasiona prejuízos ao indivíduo, à sociedade ou a ambos, ou seja, quando a pessoa apresenta problemas de saúde, de relacionamento ou com a sociedade por ficar alcoolizado.

Para Dawson D A, 1992, a recuperação do alcoolismo é um processo contínuo que requer tempo e paciência, e que e os problemas que o conduziram à condição de abuso do álcool precisarão ser enfrentados. Por tanto antes de se iniciar o tratamento da dependência química do álcool é indispensável fazer uma avaliação clínica apurada para avaliar qual o tipo de tratamento adequado para cada caso, e também, deve-se avaliar, se além da dependência química existe uma co-morbidade psiquiátrica, principalmente depressão e ansiedade. A associação desses transtornos com álcool é muito comum e demanda tratamento especifico.

De acordo com Cabral, 2013, os inalantes são substâncias químicas aspiradas pela boca ou nariz que podem ser produzidas a partir de diferentes princípios ativos que induzem o organismo a produzir modificações alucinógenas, porém é um solvente com características facilmente voláteis.

Borini P. 1997, enfatiza que para a produção dessas substâncias são utilizados solventes juntamente com aerossóis, gasolina, colas, esmaltes, tintas, acetonas, éter, ambientadores, vernizes, fluído de isqueiro, spray para cabelos e muitos outros, com efeitos semelhantes aos anestésicos, os quais diminuem as funções orgânicas. São psicoativos, uma vez inalados, chegam aos pulmões, e posteriormente à corrente sangüínea, suas substâncias químicas atingem o cérebro em segundos, ocasionando perturbações visuais e auditivas, excitação, sensação de euforia, e alucinações.

Segundo Lima AMV, 1991, os inalantes são substâncias que promovem a dependência de quem os utiliza, bem como a síndrome da abstinência que dura normalmente dois meses.

OBJETIVO:
O estudo realizado conta de um levantamento bibliográfico de literaturas científicas já publicadas como artigos e livros.

Evidenciar as principais variáveis relacionadas ao tema bem como estabelecer as principais formas de consumo e conseqüências causadas pelo uso de álcool e inalantes.

APORTES METODOLÓGICOS:

Trata-se de uma revisão bibliográfica que teve por base a análise de diversos especialistas de maneira que fosse evidenciada a forma em que o tema foi abordado em estudos anteriores e quais são suas principais variáveis.

Segundo Borini P. 1997, o álcool afeta todas as funções do organismo, seus efeitos ficam mais intensos quando é usado juntamente com calmantes, apesar de ele ocasionar uma aparente excitação é depressor do sistema nervoso central, os efeitos do álcool são percebidos em dois períodos, um que estimula e outro que deprime, no primeiro período pode ocorrer euforia e desinibição, já no segundo momento ocorre irritabilidade, sonolência, tontura, dificuldade de caminhar, que podem ficar mais graves, como perda de consciência, anestesia, coma profundo e morte por depressão respiratória.

Andreoli S B, 1994, afirma que os efeitos sobre consumo do álcool em curto prazo são conhecidos como: ressaca, cansaço, má aparência, a longo prazo: a ingestão da substância está associada a várias condições, entre elas o câncer da mama, câncer oral, doenças cardíacas, derrames e cirrose hepática. As doses elevadas podem levar a problemas de saúde mental, perda de memória e diminuição da fertilidade. O consumo excessivo, especialmente em longo prazo, pode resultar em pressão alta, cardiomiopatia alcoólica, falência cardíaca e derrames, além de aumentar a circulação de gorduras no organismo.

Segundo Andrade LH, 1998, o álcool é absorvido principalmente no intestino delgado, e em menores quantidades no estômago e no cólon. A concentração do álcool que chega ao sangue depende de fatores tais como: quantidade de álcool consumida em um determinado tempo, massa corporal, metabolismo de quem bebe quantidade de comida no estômago. Quando o álcool já está no sangue, não há comida ou bebida que interfira em seus efeitos. Quando o individuo esta sem alimentar por um determinado tempo suas reservas se esgotam fazendo com que o organismo sintetize a glicose a partir das nossas proteínas musculares.

Para Andrade LH, 1998, essa síntese é dificultada na presença do álcool, visto que o etanol bloqueia essa ação. Assim sendo, é compreensível o porquê das pessoas que estão bebendo em jejum se afetam mais rapidamente e o porquê do consumo excessivo do álcool, poder ocasionar cirrose hepática. Sendo assim, o fígado é um dos principais órgãos afetados, uma vez que é ele quem armazena o glicogênio e a nossa reserva de glicose.

Segundo Borini P. 1997, o álcool usado cronicamente produz dependência, e nem sempre é fácil perceber quando o consumo do álcool cruzou a linha de uso moderado e social para um uso nocivo ou dependência. Se uma pessoa passa a consumir álcool para lidar com as dificuldades ou para evitar sentir-se mal, este se encontra em território de potencial perigo.

O Dissulfiran, segundo Dawson D A, 1992, que é o componente do Antabuse, continua com a aprovação do FDA – Food and Drug Administration, órgão responsável por proteger e promover a saúde pública através da regulação e supervisão da segurança alimentar, produtos de tabaco, suplementos alimentares, prescrição e drogas e produtos farmacêuticos.

Segundo Borini P. 1997, quando o paciente concorda com o uso do Dissulfiran e entende seu mecanismo de funcionamento, ele serve como breque psicológico diante da bebida. Hoje existem novos medicamentos que diminuem a vontade de beber. Eles agem sobre a ação do álcool no cérebro e não só diminuem a vontade de beber como diminuem os efeitos agradáveis do álcool.

Borini P. 1997, enfatiza que os efeitos do uso de inalantes aparecem e desaparecem muito rapidamente, em poucos segundos depois de aspirados, os efeitos já são sentidos, uma vez que passam diretamente dos pulmões para a circulação sanguínea, atingindo o cérebro e o fígado, órgãos com maior volume de sangue no corpo.

A inalação desses produtos, inicialmente, provoca euforia, caracterizada por cabeça leve, girando, fantasias que parecem reais, mais também podem gerar efeitos inesperados e indesejáveis de diferentes formas, já que sua composição é bastante variada. Em geral, provocam agressividade, sonolência, confusão, perda do autocontrole, impulsividade, inquietação, perda da coordenação motora, vertigem, distorção do tempo e das cores, fraqueza muscular, tremores, delírios, podendo, em alguns casos, ocorrer paralisia dos nervos cranianos e periféricos, perda de consciência, lesão cardíaca e no fígado, coma, convulsões e outros. (CABRAL, 2013 e DAWSON D A, 1992).

Segundo Dawson D A, 1992, os efeitos dos inalantes, duram por alguns minutos, porém quando o produto é inalado repetidas vezes o seu efeito prolonga-se por muitas horas, e então notam-se sintomas agudos do abuso, semelhantes aos do uso do álcool, por depressão do Sistema Nervoso Central – SNC. Inicialmente o usuário pode sentir um efeito estimulante, mas em inalações subseqüentes pode ocorrer uma desinibição, falta de coordenação, tonturas, desorientação, fraqueza muscular, descontrole levando-o até a perda da consciência, e em casos mais graves, coma podendo ocasionar a morte.

Longeneker, Gesina L., PH.D, 1997, afirmam que diversos estudos demonstraram que mesmo a dependência é tratável, resultando em efeito não apenas no usuário e familiares, mas na sociedade como um todo, diminuindo os fatores associados às drogas, como violência, acidentes de trânsito, ocorrências policiais, etc.Vários segmentos da sociedade hoje, já disponibilizam esses trabalhos à favor da comunidade, assim como: instituições religiosas ou hospitais públicos e privados, universidades públicas, e órgãos públicos como por exemplo o DENARC, que ministra palestras e direciona para caminhos melhores.

Segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, 2011, as drogas apresentam-se hoje como um problema de Saúde Pública, pois além de prejuízos morais, sociais, econômicos, familiares, entre outros, causam também graves distúrbios físicos em seus usuários através de exposições à vários agentes, riscos de acidentes em vários níveis de gravidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, 2011, defende a idéia de que a aspiração repetida, crônica, pode levar à destruição dos neurônios, causando lesões irreversíveis. Os inalantes podem ser divididos em quatro tipos:
Líquidos:
Produtos de uso doméstico e industrial que são facilmente conseguidos, incluindo dissolventes de tinta, desengordurantes, gasolina, colas, líquidos de correção e tintas de marcadores
Sprays:
Pinturas em spray, desodorizantes e sprays para o cabelo; sprays de azeite vegetal para a cozinha e sprays para proteger tecidos.
Gases:
Anestésicos médicos (éter, clorofórmio e óxido nitroso, geralmente chamado “gás do riso”), acendedores de butano, tanques de propano, embalagens de chantilly e refrigerantes
Nitritos:
Composto (químico encontrado em conservantes de alimentos, limpeza de couro, desodorizantes de ambiente, etc. São considerados uma classe especial de inalantes que atuam diretamente sobre o sistema nervoso central, o cérebro e a medula óssea. São usados principalmente como estimulantes sexuais e são conhecidos comumente como “poppers” ou “snappers”.

Cabral, 2013 enfatiza que os usuários podem apresentar-se apáticos, com dificuldade de concentração e com déficit de memória. Esses solventes têm a propriedade de deixar o coração muito sensível à adrenalina (uma substância produzida pelo corpo), o que faz com que os batimentos cardíacos aumentem, porém solventes inalados cronicamente podem levar a lesões da medula óssea, dos rins, do fígado e dos nervos periféricos que controlam os nossos músculos.

De acordo com Borini P. 1997, muitos jovens morrem quando usam inalantes, alguns deles usuários novatos, num fenômeno chamado “morte súbita por inalação de solventes”. Muitas vezes essas mortes ocorrem quando se inala o produto repetidamente e submete-se a algum exercício ou stress inesperado, nessas situações, a morte é causada por falência cardíaca associada à arritmia cardíaca acentuada. Outra forma freqüente de morte por inalação de solventes dá-se por sufocamento. O usuário desmaia com um saco plástico nas vias respiratórias superiores morre por falta de ar.

Outras conseqüências, menos trágicas, mas agravantes, são os danos ao fígado e rins, perda de peso, ferimentos no nariz e boca, usuários que fazem uso abusivo e crônico, os inalantes podem causar danos irreversíveis no cérebro (CABRAL, 2013).

Segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, 2011, a melhor prevenção contra as drogas, é o conhecimento dos efeitos prejudiciais que elas trazem, na saúde do indivíduo social e fisicamente, isto, pois, quando já se instalou um quadro de dependência, seja ela física, psíquica ou psicológica, ou mesmo antes disso, o tratamento faz-se necessário para dar fim a um comportamento compulsivo.

CONCLUSÃO:

O consumo de drogas tornou-se um grande problema social tanto para o usuário quanto para sua família e seus efeitos em longo prazo bastante agressivos, entre eles tanto o uso de álcool e inalantes geram sérios problemas de saúde como: câncer de boca, problemas hepáticos, psíquicos entre outros, tais substancias causam dependência e seu uso em longo prazo pode levar a morte, porém o álcool apesar de ser uma substancia que causa dependência, não é considerada como droga tendo bastante aceitação social.

Sabendo de seus efeitos devastadores e obrigação dos profissionais da saúde junto à sociedade de levar informações a respeito de seu uso e seus efeitos a fim de prevenir e promover a saúde da população e oferecendo acompanhamento psicológico tratamento e tratamento com medicamentos específicos para cada caso de dependência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Andreoli SB, Mari JJ, Blay SL, Almeida-Filho N. Estrutura fatorial do questionário de morbidade psiquiátrica de adultos aplicado em amostras populacionais de cidades brasileiras. Rev Saúde Pública 1994;28:249-60
Dawson DA, Archer L. Gender differences in alcohol consumption: effects of measurement. Br J Addict 1992;87:119-23.
Lima AMV, Azevedo ES. Factor-VIII-C, ABO blood groups and black admixture in a Brazilian sample. Human Biol 1991;63:77-83.
Andrade LH, de Lolio CA, Gentil V, Laurenti R. Epidemiologia dos transtornos mentais em uma área definida de captação da cidade de São Paulo, Brasil. Rev Psiquiatr Clín 1998;25:223-9.
Borini P. Influência do curso médico sobre os estudantes de medicina quanto ao uso de bebida alcoólica e sobre as atitudes, conceitos e concepções etiológicas relativos ao uso abusivo de álcool. J Bras Psiquiatr 1996; 45:703-8.
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, 2011, artigo, ANDRADE, Tarcísio Matos de. Reflexões sobre políticas de drogas no Brasil. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2011, vol.16, n.12, pp. 4665-4674. ISSN 1413-8123. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011001300015.
CABRAL, Ivone Evangelista and GARCIA, Telma Ribeiro. O projeto científico da Revista Brasileira de Enfermagem - REBEn. Rev. bras. enferm. [online]. 2011, vol.64, n.1, pp. 7-7. ISSN 0034-7167. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672011000100001.
Longeneker, Gesina L., PH.D, Como agem as drogas, Quark books, volume 1. 1997.


Observação: Mesmo sendo elucidada suas respectivas referências bibliográficas, essa pesquisa foi realizada para fins de obtenção de nota em atividade complementar na matéria Toxicologia e Saúde Publica no curso de bacharelado de Biomedicina. Não possui nenhum valor científico por não ter sido submetida a avaliação de nenhum conselho de ética dentre outros motivos.


Atenciosamente, Rafael Silva Brandão - Biomedicina